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terça-feira, 9 de março de 2010

Algas podem ter causado asfixia em peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas

Mortandade manchou um dos mais belos cartões-postais da cidade (Foto: Igor/Wikipedia)
Análises laboratoriais das amostras coletadas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) indicam que a mortandade de cerca de 70 toneladas de peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas foi causada pelo acúmulo de matéria orgânica, que provocou a proliferação de algas, prejudicando a respiração das espécies.

Segundo os laudos preliminares, a chuva e a insuficiência de renovação das águas contribuíram para o acúmulo de matéria orgânica. Um laudo mais específico deve sair em uma semana.

O Inea descartou que o acidente ambiental tenha relação com o fato de a comporta do Canal do Jardim de Alá ter sido aberta um dia antes, devido ao rompimento de uma tubulação, e que causou despejo na Praia do Leblon.

O instituto informou que já foi concluída a primeira fase do projeto de recuperação da Lagoa Rodrigo de Freitas, de despoluição das águas e controle do esgoto urbano. No entanto, ainda há muita instabilidade na renovação das águas, o que prejudica o equilíbrio.
A segunda etapa prevê a construção de dutos para garantir a renovação das águas, que ainda está em fase de licenciamento.
A Lagoa Rodrigo de Freitas voltará a ser monitorada com bóias durante 24h para acompanhar a alteração na oxigenação da água.
Para deputado, mortandade teria sido causada por esgoto

Na última sexta-feira, o presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), deputado André Lazaroni (PMDB), disse não estar convencido de que a mancha de peixes mortos que tomou conta da Lagoa Rodrigo de Freitas não tenha sido causada por vazamento de esgoto, hipótese descartada pela secretária de Estado do Ambiente, Marilene Ramos.

Na ocasião, o parlamentar aproveitou e anunciou uma audiência pública no próximo dia 10, na própria Alerj, para investigar a questão.

- No momento não podemos afirmar nada, por isso vou dar um prazo de 10 dias para que saiam os resultados dos exames de laboratório e, depois, cobrarmos medidas das autoridades responsáveis. Vou querer ouvir a secretaria, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) e empresas responsáveis por despoluir a lagoa - declarou Lazaroni, que esteve no local e participou da coleta de peixes para análise.

Apesar de funcionários da Comlurb terem dito que foram retiradas, pelo menos, 10 toneladas de peixes mortos, Marilene Ramos afirmou que a mortandade "foi pequena". A secretária também descartou a hipótese, antes considerada, de que o fenômeno teria ocorrido devido ao rompimento, no dia 18, da tubulação de esgoto que liga o bairro do Leblon ao emissário de Ipanema.

- A causa não foi o derramamento de esgoto porque os peixes não têm aspecto de terem morrido por falta de oxigênio. Além disso, a área da lagoa está toda cercada por um cinturão que desvia todos os esgotos que chegam, e está sendo feito um trabalho complementar de mapeamento das redes para combater ligações clandestinas. Nesse aspecto, a lagoa está bastante protegida - alegou a representante do governo, que acredita que a situação climática anormal do Rio tenha alterado as condições na lagoa e provocado a mortandade.

Já a gerente de Avaliação da Qualidade das Águas do Inea, Fátima Freitas, disse que uma proliferação de algas pode ter causado o problema com os peixes, que, segundo ela, são sensíveis e morrem de pequenas causas por serem 90% da espécie savelhas.

- Diversos fatores, como a alteração brusca de temperatura, podem fazer com que determinadas algas cresçam em quantidade e predominem sobre as outras. Isto acontece naturalmente no meio ambiente, que está sujeito a variações - explicou a especialista.

De acordo com Lazaroni, esta afirmação sustenta sua hipótese de que ainda existam mais de 10 ligações clandestinas de esgoto no local.

- Caso seja confirmada esta teoria, as algas que se proliferaram se alimentaram de microorganismos que podem ter sido facilmente fornecidos por coliformes - sustentou.

Fátima disse que não há como prever se um fenômeno deste tipo irá acontecer de novo.

- Se este for o caso, as algas entrarão em declínio naturalmente e o meio ambiente na lagoa se estabilizará - informou.

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