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terça-feira, 9 de março de 2010

Água sem recuperação



Fósforo inviabiliza o uso e pode ter relação com o homemO nome é estranho: eutrofização das águas. Em outras palavras, trata-se de um processo que permite a proliferação de algas e outras plantas aquáticas, em função de alta concentração de fósforo (nutriente essencial para esta ocorrência).
Mais à frente, se uma providência não for tomada, “o desequilíbrio ambiental proporcionado pela eutrofização pode causar mortalidade de peixes e inviabilizar diversos usos da água, como a pesca, a recreação e, especialmente, o abastecimento público”, explica a pesquisadora Claudia Maria Gomes de Quevedo, em seu estudo de mestrado na USP (“As atividades do homem e a evolução da dinâmica do fósforo no meio ambiente”).

De acordo com o trabalho, as altas concentrações deste nutriente em bacias hidrográficas, como a do Tietê, em São Paulo, podem ter forte relação com o nível de ocupação urbana. Segundo Claudia, “há a eutrofização natural, comum no meio ambiente, e a artificial, relacionada às intervenções humanas no uso de nutrientes. No caso específico da bacia do Tietê, o que ocorre é a eutrofização decorrente das ações desenvolvidas pelo homem na bacia”.

Entenda-se por isso os esgotos domésticos, os efluentes liberados por indústrias e uso de fertilizantes em regiões rurais, entre outros fatores, ajudam a aumentar os níveis de fósforo no meio aquático.

Vale dizer: a utilização de fósforo em detergentes e saponáceos, na forma de tripolifosfato de sódio (STPP), começou logo após a 2ª Guerra Mundial. Mas desde a década de 1960 os seus impactos sobre a qualidade das águas já são discutidos mundialmente. Atualmente, três países – Suécia, Alemanha e Japão –, já baniram o uso de STPP da fórmula desses produtos.

“No Brasil, as discussões relacionadas à presença de STPP nos detergentes foram intensificadas desde o ano de 2005, quando foi implementada a Resolução nº 359 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Apesar dessa medida, estima-se que a quantidade de fósforo lançada nas águas devido ao uso de detergentes e saponáceos ainda seja muito grande.

O estabelecimento de um processo de conscientização da população em relação a esse assunto, a evolução nas ferramentas para controle das fontes, bem como a adoção dos ‘selos verdes’ são propostas adotadas em diversas localidades do mundo que devem ser discutidas e praticadas também em nosso país”, conclui Cláudia.

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