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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A restinga de Maricá pede socorro


Não é fácil defender o meio ambiente em um país com tanta pobreza. Um exemplo desse embate está acontecendo atualmente no município de Maricá. A restinga de Maricá é uma das Áreas de Proteção Ambiental (APA) mais importantes do Estado do Rio de Janeiro. Além de habitat de centenas de espécies endêmicas, é sítio arqueológico e fornece base para a pesquisa de universidades como a UFRJ, UFRRJ e Uerj.

A APA de Maricá abriga a comunidade de pescadores do Zacarias, que há várias gerações pratica pesca artesanal na região. Além da ameaça de que lá seja construído um resort e um estaleiro, os proprietários de casas e bares ao longo da Barra de Maricá parecem não perceber o tesouro que têm nas mãos. Lixo na areia, casas abandonadas, churrasco, música alta e sujeira refletem a favelização que ameaça tomar conta da restinga. É a constante manipulação perversa da pobreza: mantidos isolados pelo estado, sem fiscalização, sem recolhimento de lixo, os moradores passam a considerar o meio ambiente uma questão de luxo, já que tudo lhes falta.
O que querem? Que Maricá vire Copacabana? Acham que ganharão empregos e qualidade de vida com um resort do qual nunca passarão do muro? A natureza exuberante da região atrairia mais e melhores turistas (e clientes para as pousadas e restaurantes) se fosse sentida, por lá, uma total intolerância à destruição e ao emporcalhamento da restinga. O que acontece na cabeça de uma pessoa que, no meio de um paraíso como aquele (ou em qualquer praia), joga sua latinha na areia, ou deixa seu saco plástico ser levado pelo mar? Será que se consideram tão insignificantes que pensam que seu lixo não faz diferença? Sentem-se tão humilhados diariamente que não se "rebaixam" a manter o ambiente limpo, deixando o trabalho para "quem tem obrigação de limpar"?
É preciso que as pessoas entendam que reservas como a APA de Maricá são o pouco meio ambiente que sobrou. É obrigação dos que moram lá zelar por esse patrimônio, para seu próprio bem. A restinga é um tesouro que, se bem preservado, pode gerar desenvolvimento sustentável, ecoturismo e pesquisa para o benefício de todos. Convidamos as universidades a se manifestarem e a orientarem a população sobre como podemos ajudar a salvar a restinga de Maricá.

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