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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Uberlândia quer ser a capital da logística.


Maior centro de distribuição de mercadorias do Brasil ela já é. Mas, com uma frota superior a 10 mil caminhões, a cidade quer mais, muito mais...

A localização privilegiada, no centro de uma malha viária que liga os quatro pontos cardeais do País, foi decisiva para que Uberlândia (MG) virasse um importante centro de distribuição de mercadorias. Esta história começou no início do século 20, com a estrada de ferro até São Paulo, e ganhou força na década de 1950, quando surgiu lá aquele que viria a ser, hoje, o maior grupo atacadista do Brasil, o Sistema Integrado Martins. Mas Uberlândia quer ir mais longe e se tornar a capital nacional da logística.

Para isso, a prefeitura da cidade, com vários parceiros, está realizando, há um ano, o Projeto Plataforma de Valor do Brasil Central, através do qual se pretende fazer melhorias de infraestrutura e estratégia em tudo o que diga respeito a transporte e distribuição de mercadorias no município.

Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Dílson Dalpiaz, toda a cadeia produtiva relacionada ao setor atacadista será beneficiada. Na qualificação de mão de obra, por exemplo. “Hoje o País tem uma demanda muito grande por trabalhadores qualificados. No setor de transporte, já existem dificuldades para encontrar motoristas aptos a dirigir caminhões com tanta tecnologia”, comenta.

Além disso, a economia do município de 650 mil habitantes tem passado por transformações nos últimos anos. “O setor atacadista ainda é muito forte, mas outras empresas de logística e transporte de carga têm conquistado seu espaço em Uberlândia”, afirma Dalpiaz, lembrando que estão lá as cinco maiores empresas do ramo atacadista do País: Martins, Arcom, Peixoto, Aliança e União. Juntas, elas mantêm uma frota de caminhões e carretas de três mil equipamentos, representam nove mil empregos diretos e indiretos e têm mais de 700 mil clientes espalhados pelo Brasil. O setor gera em média R$ 1,2 milhão por mês em impostos para a prefeitura.

No entanto, Uberlândia também tem mais de 30 centros de distribuição de grandes empresas de outros ramos, como a AmBev, a Natura e a Coca-Cola, informa o secretário. No setor de transporte, estão lá 1.100 empresas, com seis mil empregados, enquanto a logística reúne mais de mil empresas. Com tanta gente transportando, a frota da cidade, completa o secretário, é de 10.500 caminhões, 8.100 reboques e 4.100 semirreboques.

Segundo o professor Eduardo Nunes Guimarães, da Universidade Federal de Uberlândia, o setor atacadista ainda é muito importante para a economia regional. “Há um grande número de profissionais autônomos que gravitam em torno das vendas, transportes e representações do setor atacadista”, observa.

Guimarães destaca que o setor também impulsiona a economia regional porque grande parcela do capital das empresas pertence a grupos locais. “Os reinvestimentos e a diversificação injetam renda na região”, comenta, fazendo referência ao fato de que, no início desta década, a Arcom investiu mais de R$ 50 milhões na construção de um luxuoso complexo comercial na cidade.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, Carlos Eduardo Severini, o setor atacadista responde pela distribuição de 52% de tudo o que é vendido no comércio de produtos de mercearia no Brasil. “Em muitos lugares, a mercadoria só chega porque o distribuidor leva, caso contrário o comerciante não teria como ir buscar”, lembra, observando que Uberlândia “tem uma grande tradição no comércio atacadista”. É por isso que a prefeitura quer firmar a “capital da logística”.

O secretário de Planejamento observa que a cidade é bem-servida em outros modais também. Existe ferrovia para o porto de Vitória (ES) e a 230 km fica o porto do Rio Paranaíba, de onde saem grãos em direção à capital paulista.

Outro ponto importante é a presença do terceiro maior aeroporto de Minas. “A Infraero tem um projeto para instalar um terminal de cargas aéreas em Uberlândia”, afirma Dalpiaz.

Também foi inaugurado este ano um entreposto da Zona Franca de Manaus, no qual os produtos podem ficar armazenados por até seis meses sem serem faturados. “Isso significa uma redução do prazo de entrega dos produtos da Zona Franca de 15 dias para 24 horas”, observa o secretário. O entreposto pode atender 60 caminhões simultaneamente e tem 200 vagas de estacionamento.

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